É HORA DE AGIR PELA EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS!
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É HORA DE AGIR PELA EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS!


Em ano eleitoral, é fácil perceber que a educação está sempre presente no discurso de qualquer candidato a cargo público. Em congressos e discussões sobre como caminhar para um cenário de menor desigualdade, mais acesso à oportunidades, inovação e cidades mais inteligentes, inevitavelmente, a discussão tem como centro um valioso capital: o talento humano.


Para um futuro inteligente de forma sustentável, é fundamental termos cidadãos inteligentes. A tríplice hélice que baseia a inovação é composta pela combinação de 3 forças motrizes: universidade, mercado e governo. Desse modo, é visível que a educação como política pública deve estar no centro do debate para a cidade do futuro que tanto se discute.


O debate político sobre educação, contudo, há muito parece fundamentado em levantar muros. As promessas de campanha e cobranças eleitoreiras, frequentemente são sobre acesso às vagas e infraestrutura. A qualidade do ensino e as novas habilidades exigidas pelo mercado são constantemente empurradas com a barriga para os próximos 4 anos de gestão. A consequência, uma dentre várias, é a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, um indicador que avançou apenas 5% em 40 anos e reflexo direto da baixa qualidade da nossa educação.


As já ruins métricas da educação brasileira sofreram ainda mais com a pandemia que fechou as escolas de modo presencial, e para muitas crianças que não conseguiram acessar a educação híbrida por falta de estrutura ou suporte dos pais, as portas da educação se fecharam. No relatório de maio de 2022, o FMI trouxe o triste diagnóstico de que, entre os países do G-20, o Brasil está entre os três primeiros que sofrerão as piores perdas de rendimentos ao longo da vida. Projeta-se que o aluno brasileiro terá uma perda média de 9,1% da sua renda e quem sofrerá mais nesse cenário será o aluno da escola pública, com mais tempo de escolas fechadas e dificuldade com o acesso ao ensino híbrido, e alunos de séries mais baixas, menos capazes de aprender de forma independente em casa.


Compondo o cenário da educação brasileira com mais um retrato, segundo a última edição do Datafolha (dez/21) – pesquisa do Itaú Social, Fundação Lemann e BID – sobre educação no período da pandemia: 70% das famílias acham que seus filhos vão precisar de reforço em português e matemática. E 28% dos estudantes identificam necessidade de promoção de programas de reforço e recuperação de aprendizagem. A pesquisa identificou ainda, mais de 800 mil estudantes que continuaram sem receber atividades escolares, mesmo matriculados.


Com tanto a fortalecer e recuperar, é necessário avançar com intencionalidade e assertividade. Mais do que nunca, mapear e diagnosticar é preciso! É sabido que o tempo de portas fechadas divergiu entre municípios e que as dificuldades dos alunos também se apresentam de forma diversa. Fazer a avaliação diagnóstica das escolas para mapear contratações e parcerias a curto prazo e médio prazo é fundamental para melhor gestão do problema. Outra oportunidade de progresso é apostar na educação integral, que assume diversos formatos.


1. Fortalecimento da conectividade e acesso aos meios digitais das escolas, famílias e comunidade escolar. Através da internet, atividades de reforço e grande conteúdo pedagógico podem apoiar de forma suplementar a formação do estudante;

2. A possibilidade do aumento da jornada escolar oferecendo atividades no período oposto ao da matrícula da escola, dentro ou não do próprio ambiente escolar, que possam suplementar e apoiar a formação do aluno. Isso pode ser conquistado em menor prazo através de parcerias público-privadas ou contratações temporárias.

3. Contraturnos parceiros ou conveniados, com atividades ofertadas em período oposto ao da matrícula para fortalecer vínculos sociais, com a comunidade e que também possam oferecer suporte pedagógico para fortalecer o vínculo do aluno com a educação.


Nenhuma das ações acima exclui a outra, bem como nenhuma é novidade para o sistema de ensino. O que se reforça aqui é que, diante de tantas evidências de que precisamos agir, a educação seja prioridade não só no discurso, mas também na ação.

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