POR QUE MULHERES LIBERAIS DEVEM ENTRAR PARA A POLÍTICA
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POR QUE MULHERES LIBERAIS DEVEM ENTRAR PARA A POLÍTICA


Muito se fala sobre a busca por “lugares de fala” por mulheres, quando elas aspiram ocupar espaços em cargos de liderança nas empresas, na sociedade civil ou na política. Esse desejo também existe entre as mulheres liberais.


No entanto, essa busca por representatividade vai além das questões econômicas e políticas: ela inclui buscar cidadania, identificação e voz, algo que faz muito sentido quando falamos de liberalismo.


De alguma forma, a esquerda sequestrou e monopolizou pautas como a solidariedade e a defesa das minorias. Desde então, um indivíduo que faz atitudes virtuosas, especialmente àqueles em situação mais vulnerável socialmente, é fatalmente rotulado de esquerdista.


Além disso, o outro lado é, muitas vezes, apontado como o vilão e responsável por todos os males. Porém, mesmo que criar espantalhos torne o processo de identificação de grupo mais fácil, não é tão simples assim.


HÁ MENOS MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA DO QUE EM PAÍSES ISLÂMICOS


É preciso falarmos sobre mulheres na política no Brasil porque somos um dos piores países do mundo nesse quesito.


Países majoritariamente muçulmanos são conhecidos por segregarem direitos a minorias: estão entre os piores lugares para gays e cristãos viverem, por exemplo. Mesmo entre eles, os direitos das mulheres na Arábia Saudita é bastante limitado.

Elas eram proibidas de votar e disputar eleições até meados da década passada, por exemplo. Porém, atualmente 20% dos assentos no parlamento saudita são ocupados por mulheres.


O número é superior ao brasileiro. Segundo o Mapa Mulheres na Política 2019, o Brasil ocupa a 134º colocação entre 193 países, com 15% de participação de mulheres no Congresso. São 77 deputadas em um total de 513 cadeiras na Câmara e 12 senadoras entre os 81 eleitos.


A representação feminina no governo brasileiro também é baixa, com o país ocupando apenas a 149º entre 188 países.


Afinal, há apenas duas mulheres entre os 22 ministros. Isto é, cerca de 9%, o que significa menos da metade da média mundial, que é é de 20,7%.


Em meio as poucas mulheres que se destacam na política nacional, apenas a deputada federal Adriana Ventura (Novo/SP) em sua atuação de acordo com princípios liberais.


Portanto, a falta de representação feminina na política é um tema que, sim, diz respeito ao liberalismo e que deve ser enfrentado.


O FOCO DO LIBERALISMO SÃO INDIVÍDUOS E NÃO COLETIVOS


É importante falar que o liberalismo não defende grupos, mas sim o indivíduo. Seu princípio básico é a liberdade individual, que inclui a liberdade de se expressar, trabalhar, se relacionar, fazer trocas… Até o limite que não invada a liberdade do outro e interfira nos direitos de terceiros.


Para cada cidadão já é difícil acompanhar e fiscalizar um governo porque todos estamos ocupados cuidando de nossas próprias vidas — e estamos certos em fazer isso.


O problema é que se deixarmos de lado totalmente a atuação de um governo, os entregaremos a velha política e aos grupos de interesses. Ou seja: o sonho de ao menos ter um governo que atrapalhe menos nossas vidas fica comprometido.

E nesse sentido as mulheres tem ainda menos disponibilidade por causa da tal da dupla jornada. Em média significam mais de três horas a mais por semana de acordo com o IBGE.


Mas nossa realidade até muito recentemente era ainda mais difícil porque havia barreiras legais contra direitos femininos básicos.


Vale dizer que eles ainda existem em alguns lugares do mundo. No Paquistão, por exemplo, é negado o direito de elas estudarem, assim como, em boa parte de países africanos.


Nesse sentido, a mulher foi historicamente imputada dos serviços domiciliares e ao cuidado com a família e sua ida para o mundo profissional foi largamente ampliada no último século. Até recentemente não tínhamos nem sequer a possibilidade de acumular renda por meio do trabalho, mas autonomia financeira muda tudo.


Atualmente, as mulheres já são maioria em diversos setores, como a saúde e a educação, além de gradativamente ocuparmos mais posições de liderança em empresas e aumentamos nossa representação política.


HÁ UMA LONGA JORNADA PARA AS MULHERES LIBERAIS


Fácil, não é. A cara da política ainda é masculina e cabe a nós buscar a mudança. Votamos em quem buscamos identificação, representatividade, mas são poucas mulheres dispostas a assumirem esse desafio.


Dentre os próprios grupos femininos, ainda existem as barreiras da identificação, afinal, o olhar pelas causas sociais, em geral muito caros às mulheres, estão dominados por um único viés político: a esquerda.


Adentrar um grupo predominantemente masculino exige muito propósito por causa das dificuldades, mas essa defesa da liberdade pode ser a propulsão necessária para atingir maior igualdade entre indivíduos.


Há espaço para mulheres liberais na política porque ainda carecemos nesse espaço de quem defenda liberdade para todos e não privilégios para o seu grupo custeados por todos os demais.


Se John Stuart Mill já defendia a igualdade entre os sexos desde o século XIX, já passou da hora de mulheres liberais avançarem neste campo também.

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